Resposta do Senador Alvaro Dias ao e-mail que lhe mandei posicionando-me contra o plebiscito proposto pela Presidente Dilma Rousseff.
Concordo plenamente com a sua ponderação, meu caro Muniz.
Entendo que a proposta de plebiscito apresentada pela presidente Dilma é
irresponsável,
não é a forma mais adequada para se aprovar uma reforma política e mais
se assemelha a uma manobra diversionista para tirar o governo petista
do foco das manifestações e protestos em todo o país. É assim que vejo a
proposta da presidente. Em pronunciamento
que fiz da tribuna aqui do Senado, critiquei tanto a iniciativa de
Dilma de tentar submeter à população, em tão pouco tempo, um plebiscito
sobre tema tão complexo como a reforma política, como a de convidar a
oposição para discutir a crise política atual.
Não tenho dúvida de que a proposta de Dilma busca encobrir a
incompetência do seu governo no atendimento às demandas da sociedade,
expressas por meio de manifestações populares realizadas em todo o país.
Entendo que o papel da oposição neste momento é o de
evitar a encenação, a manobra diversionista, o desvio de foco, a
tentativa de aplacar consciências e de escamotear a realidade dos fatos.
Já o convite à oposição é outra encenação. A presidente petista quer
reduzir o impacto negativo dessa extraordinária pressão
popular contra as instituições públicas. Por que a oposição não foi
convocada nos últimos dez anos? Por que só agora, por que só neste
momento Dilma quer transferir responsabilidades e dividir o ônus desse
tremendo desgaste imposto por esta que é seguramente
a maior revolta popular dos tempos modernos no Brasil? Particularmente,
eu não recomendaria ao meu partido e às nossas lideranças ir ao Palácio
do Planalto, porque o que a oposição tem de dizer diz publicamente,
para todo o país, diz das tribunas do Congresso
Nacional, quer na Câmara, quer aqui no Senado e não cabe fazer nos
gabinetes do Palácio do Planalto.
Cordialmente,
Alvaro Dias
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